domingo, junho 03, 2007





A evolução da brincadeira e do desenha na criança de 0 a 6 anos


Atualmente os jogos têm se integrado cada vez ao cotidiano escolar. Deixou de ser visto como birncadeira e passou a ser aceito. Para que essa aceitação acontecesse, houve a necessidade de um embasamento científico.
A brincadeira reflete a forma de pensar e sentir da criança, onde ela demonstra sua história vivida. E além disso, favorece:

•DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL
•EQUILÍBRIO EMOCIONAL
•COMUNICAÇÃO
•CRIATIVIDADE
•INDEPENDÊNCIA

De acordo com Piaget, os jogos dividem-se em 3 tipos:

•JOGOS DE EXERCÍCIOS
•JOGOS SIMBÓLICOS
•JOGOS DE REGRAS

JOGOS DE EXERCÍCIOS (0 a 1 ano)

Nessa fase, a criança executa pelo simples prazer que encontra na atividade. Tem como característica a repetição e o ritmo.
EX: Mexer no móbile várias vezes
Atirar objetos várias vezes do berço, andar pela casa por longo tempo.

JOGOS SIMBÓLICOS (2 A 7 ANOS)

É fase do faz-de-conta, isto é, passa a representar sua ação internamente e a se utilizar de manifestações simbólicas para interagir com o meio.
Diferencia significante de significado. Ex: pensemos numa criança brincando com pedaço de pau, imaginando que o mesmo é um cavalo.
Significante: traduz a escolha de um objeto (PEDAÇO DE PAU) para representar o objeto inicial e pelos movimentos fictícios executados nele (fingir andar a cavalo).
É O VALOR QUE DOU AO OBJETO.
Significado
: é o próprio esquema de como se representa na realidade (cavalgar de verdade) e também o elemento a que ele se aplica (o cavalo).
OBJETO + A AÇÃO SOBRE O OBJETO (REAL)
Ex: começa a falar, a imitar na ausência do modelo, a se lembrar de algo sem precisar vê-lo; desenha, pinta, modela, expressa aquilo que tem significado para ela.

JOGOS DE REGRAS (7 ANOS EM DIANTE)

Enquanto que nos jogos de exercícios e no jogo de regras, o prazer está no processo, no jogo com regras o prazer é em cumprir as regras.
Ex: para uma criança de 2 ou 3 anos, o simples fato de subir os degraus de uma escada já é uma satisfação. Ao passo que para uma criança de 6 anos, por exemplo, esta atividade só será atraente se envolver algumas regras determinando o procedimento: subir com um pé só, de dois em dois, pulando, etc.


Já o desenho é anterior à linguagem escrita e é considerado uma das antigas formas de comunicação do ser humano (desenhos rupestres).
É uma fonte frutífera de informação e compreensão da personalidade, sendo que ele não se constitui uma reprodução fiel da realidade e sim uma interpretação da realidade: uma maneira de ver as coisas e de se colocar diante delas. Segundo a psicanálise o inconsciente fala por meio de imagens simbólicas...
E segundo Lowenfeld o desenho tem as seguintes fases:

•Garatuja desordenada
•Garatuja ordenada
•Garatuja nomeada
•Pré-esquemática


GARATUJA DESORDENADA(1 A 2 ANOS):

Não tem consciência de que o risco é conseqüência de seu movimento com o lápis (RELAÇÃO TRAÇO-GESTO) Não olha para o que faz.
Segura o lápis de várias maneiras, com as duas mãos alternadamente. Todo o corpo acompanha o movimento.
Faz figuras abertas (linhas verticais ou horizontais), num movimento de vaivém.


GARATUJA ORDENADA(A PARTIR DE 2 ANOS):

Descobre a relação gesto-traço e se entusiasma muito. Passa a olhar o que faz, começa a controlar o tamanho, a forma e a localização no papel. Varia as cores intencionalmente. Começa a fechar suas figuras de formas circulares ou espiraladas.


GARATUJA NOMEADA(A PARTIR DOS 3 ANOS):

Representa intencionalmente um objeto concreto , através de uma imagem gráfica. Passa mais tempo desenhando. Distribui melhor os traços pelo papel descrevendo verbalmente o que fez e começa a anunciar o que vai fazer.
Alguns movimentos circulares associados a verticais começam a dar forma a uma figura humana (esquema céfalo-caudal: a cabeça vai ser desenhada maior que o corpo


PRÉ-ESQUEMÁTICA (4 AOS 6 ANOS):

Nessa fase aparece a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Quanto aos espaços, os desenhos são dispersos inicialmente, não relacionados entre si.
A representação da figura humana evolui em complexidade e organização: aparecem lentamente os braços, as mãos, os pés, muitas vezes com vários dedos, radiados, e às vezes aparece o corpo.
A criança desta fase ainda não é capaz de organizar graficamente um todo coerente. Os objetos são desenhados de forma solta e a relação entre eles é subjetiva (posição satélite). Em relação a cor, a escolha é subjetiva e ligada as emoções do vivido.
A elaboração da figura humana está intimamente ligada à significação simbólica que as diversas partes do corpo têm para sua história pessoal, para a forma como a criança se percebe frente ao mundo. Assim, omissões, sombreamentos ou distorções podem representar conflitos internos.


Enfim, é muito importante a criança ter oportunidade de se expressar seja através de desenho ou brincadeira. Dessa forma, estará vivenciando questões internas (muitas vezes conflitantes), ou seja, através do desenho e/ou brincadeira a criança "põe para fora" aquilo que ainda não dá conta de resolver. E cabe a nós, professores estarmos atentos as várias maneiras de expressões não-verbais (tão importantes quanto as convencionais), pois elas podem nos dar indícios do que a criança vive, experimenta ou sente. Portanto, fiquemos atentos!


Referências bibliográficas:

•Avaliação Psicopedagógica da criança de 0 a 6 anos/
Vera Barros de Oliveira e Nádia A. Bossa (orgs.) – Petropólis, RJ: Vozes, 1994.
http://www.nead.unama.br/bibliotecavirtual/monografias/
grafismo_infantil.pdfrafias/grafismo_infantil.pdf
•http://www.nead.unama.br/bibliotecavirtual/monografias
/O_JOGO_E_A_APRENDIZAGEM.pdf

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