"Nada mais injusto do que tratar o desigual como igual" (José Alonso)
Continuo em ebulição com esse tema:
- talvez a inclusão nos force a construir uma nova educação;
- será que realmente estamos trabalhando a solidariedade e a aceitação ao colocar as crianças com necessidades especiais na escola?
-parece-me que a inclusão é mais social do que cognitiva (?)
Nesse estado embrionário, posso concluir que:
- É NECESSÁRIO ESTABELECER DIRETRIZES DE QUANDO E COMO PODEMOS INCLUIR.
E uma professora (amiga minha) enviou-me por e-mail a seguinte reflexão. E faço dela, minhas palavras:
“Há dias que eu estou incomodada com o que vi num determinado capítulo da novela de Manoel Carlos. Cheguei mais cedo do trabalho, liguei a TV e deparei-me com a cena da mãe de uma criança Down revoltada com o tratamento dado à sua filha numa escola regular. E ainda nesta mesma cena, a mãe entrando sorrateira na sala de aula da filha, discutindo com a professora, tomando sua filha pelas mãos e colocando-a na mesinha com os colegas para fazer sua atividade. Quando saíram da sala para o corredor da escola houve um estranhamento entre as duas, porém entendendo ambas, digo que respeitando a angústia da mãe, esse direito de "invasão" à sala de aula ela não tinha, pois mesmo sem saber como agir ou agindo errado, a atitude deveria ter sido outra.
Invertendo a situação: se a professora tivesse "invadido" o consultório da médica em questão, tirado a paciente do exame e a tivesse colocado sentada em outro local para poder conversar com a médica sobre a sua postura profissional, qual seria sua reação? Como essa atitude seria entendida?
Desabafo: Será que dentro de uma sala de aula não podemos trabalhar com tranqüilidade? Onde estão a valorização e a confiança no profissional da educação? E a parceria família-escola?
A transparência e a clareza de um relacionamento onde a peça central é o educando não pode ser vista e tratada desta maneira. Este tipo de atitude deve ser repensada e tratada com carinho... Afinal, são vidas que estão em nossas mãos.
Para refletirmos:
E nós professores? E as nossas angústias como educadores? Nos é proposta uma nova lei: A INCLUSÃO. Proposta digna, interessante e justa... E agora? Como trabalhar com essas crianças? Quem nos dará suporte? Teremos cursos? Haverá algum profissional especializado dentro ou fora da escola para auxiliar-nos? Quem responderá às nossas dúvidas? E as perguntas, as dúvidas por aí vão...
Alguns profissionais, resolvem "correr atrás", porém a maioria não recebe um salário suficiente para manter as despesas pessoais da casa, como o básico comer, morar, vestir-se, sustentar a família... Pergunto, então:
- Como tirar do salário curto algum recurso para aperfeiçoar-se?
- E as verbas destinadas a educação, inclusive algumas destinadas ao auxílio à docência, por que não chegam até nós?"
Um Abraço,
Simone Gomes da Silva Borges
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