segunda-feira, setembro 04, 2006

Esses alunos que não aprendem...


Sentado ali num canto. Tímido (ou desatento). Receoso de perguntar o que não entendeu. Para não demonstrar que não sabe, copia de seu colega.... E o professor quando não está atento, ilude-se ao achar que ao ter as respostas esperadas, o aluno aprendeu...E surpreende-se na hora da correção da prova.
É esse o cenário que se descortina no cotidiano de uma sala de aula...
E, esse quadro está implícito tantos fatores: concepção de aprendizagem, linguagem utilizada, olhar do professor em relação ao aluno, meio em que o aluno vive, dificuldades etiológicas etc, etc, etc, etc,etc.
Ao listar alguns dá para perceber que estes fatores são complexos. Por isso, vou me deter em apenas um: concepção de aprendizagem da escola. Mas este tema também se amplia, pois ao falarmos de escola estamos falando de todos que estão inseridos em seu contexto. A escola precisa de uma filosofia de trabalho, uma proposta a ser seguida. Mas quem “dá” essa linha: o professor, o diretor, a secretaria estadual ou municipal de educação?
No final das contas, onde acontece a ação de educar é na sala de aula. E então chego no ponto: qual é a minha visão de mundo enquanto professor? O que está implícito nos conteúdos que seleciono (embora em alguns casos o professor não tenha mais autonomia para isso)
Se vivemos numa teia de relações, o meu olhar, o meu falar, o meu ensinar está vinculado ao mundo que acredito e que construo diariamente.
Não, não é fácil ser professor. A responsabilidade é tanta! Mas no nosso trabalho o objetivo é a aprendizagem. Mas será que nos perguntamos: como meu aluno aprende? Para que devo ensinar isso? Será que é possível ensinar esse conteúdo indo além da fala, giz e papel? Enfim, isso ação-reflexão-ação.
Para essa reflexão acontecer preciso ver meu aluno como um ser único. E aí está um grande desafio, pois a correria, as salas cheias, o horário a cumprir as vezes nos impedem uma aproximação. Portanto, para mim aí está a chave: contato direto. Preciso estar perto do meu aluno, ouvi-lo para tentar entender qual foi sua linha de raciocínio (se é que houve alguma).
Mesmo sendo professora e tentando estabelecer esse vínculo com meus alunos, as vezes me sinto como se tivesse que ser uma super-heroína. Mas, não somos e não temos respostas para tudo. E como gosto de sempre encontrar respostas para as perguntas que me afligem, entrei num curso de Psicopedagogia. Com isso, pretendo desvendar a “caixa-preta” que por vezes a aprendizagem se torna. Diz Sá (2006) que muitas vezes nos comportamos como os gregos diante da esfinge: não sabemos se as dificuldades nos engolfam ou se a deciframos. E ficamos assim, cada um em nossa sala de aula, tentando resolver o problema...
Quem sabe se começarmos de fato ao praticar a colaboração para unir forças não nos angustie menos...

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